No Gramofone da Libretto: Sambinha pra Aquecer

Já que o Carnaval tá quase aí, é hora do aquecimento. Primeiro, preparar os tímpanos pro batuque. Depois, o jejum de farra, porque daqui a pouco é maluquice geral e ninguém aguenta sem descanso. Aqui, eu já trato de preparar os ouvidos com o bom e velho samba portelense.

Nem precisa falar que outras escolas de samba cariocas são reduto de outros sambistas tão bons quanto os da Portela. O Império Serrano da mãe do partido alto, Jovelina Pérola Negra; a Vila Isabel de Noel Rosa e Martinho da Vila; a Mangueira do Cartola e Jamelão e por aí vai.

Mas o que importa agora é a Portela de Paulo da Portela, Paulinho da Viola, Tereza Cristina, Zé Keti, Monarco, Zeca Pagodinho, João Nogueira, Candeia, Clara Nunes… Escolhi alguns deles:

Clara Nunes. Ela é mineira de Paraopeba, mas foi no Rio de Janeiro que caiu no samba. Ela cantou muito folclore afrobrasileiro repleto de orixás, interpretou figurões da estirpe de Chico Buarque e Milton Nascimento e, claro, deu voz aos sambas da Portela.

Monarco. Aos 10 anos de idade, deu sorte de se mudar pra Oswaldo Cruz, bairro de nascimento da Portela. É compositor da escola desde 1950 e, hoje, uma das figuras mais ilustres da Velha Guarda. Compôs “Coração em Desalinho”, que com certeza você conhece nem que seja da abertura da novela das 8, na voz da Maria Rita.

Teresa Cristina. Fã de Iron Maiden, tem pouco tempo que ela ficou conhecida no Brasil todo. A sambista lançou o primeiro disco de composições próprias em 2004. Antes, foi premiada por um álbum que homenageia Paulinho da Viola. Começou a carreira cantando nos bares de Madureira, atual reduto portelense.

Paulinho da Viola. Nasceu no samba: o pai tocava violão com gente graúda, tipo o Pixinguinha. Compôs uma das mais conhecidas homenagens à Portela: “Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida”. Além disso, não há nada mais perfeito no mundo que ouvir Marisa Monte (outra portelense) cantando Paulinho da Viola.

Já que falei na Marisa Monte, vai de brinde, pra encerrar. Ela pesquisa e resgata sambas maravilhosos da Portela.

 

André Coelho é apaixonado por cozinha, samba e jornalismo (e torce para um dia esta ser exatamente a sua ordem de prioridades na vida).

 

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